Jigoro Kano, nascido em 1860 na cidade litorânea de Mikage, próxima a importante cidade de Kobe, se transfere para Tóquio onde, já com 18 anos de idade e estudante da Universidade Imperial, resolve remediar sua fraqueza física tomando aulas de jiu-jitsu com o sensei ("professor" em japonês) Teinosuke Yagi. Com a morte deste, Jigoro Kano passa a treinar com Hachinosuke Fukuda e depois com Masatomo Iso, da escola Tenshinshynio. Outro professor foi Tsunetoshi Tikudo, da escola Kito.

Em 1882, com 23 anos, Jigoro Kano funda sua própria escola, Kodokan, onde ele acrescentou ao jiu-jitsu três metas: educação física, competição e adestramento espiritual. A filosofia principal e o aperfeiçoamento moral formando pessoas educadas, de mente calma e o corpo fisicamente preparado para o trabalho. Pessoas prestativas, humanas e dignas que trabalhem para o bem comum. Entre os primeiros alunos de Kodokan se destacaram: Tomita, Yamashita, Tabata, Yokoyama, Shiro Saigo e Mifune.

O maior êxito foi alcançado pelo judô quando os alunos de Kano enfrentaram conservadores lutadores de jiu-jitsu e venceram espetacularmente. Isto aconteceu em 1890, ano da grande decisão entre a escola Totsuca de Jiu-Jitsu e a Kodokan. Treze alunos da Kodokan ganharam vitórias nítidas e apenas dois empataram.

Por que Jigoro Kano criou o judô? Essa é uma pergunta simples, fácil de se responder, e encontrada em varias bibliografias sobre judô. Jigoro Kano, fez jiu-jitsu como sua primeira arte.

Depois conheceu varias outras artes "jitsu", como: ami-jitsu, ninjitsu... O judô, que era chamado antigamente de jiu-do, significa em japonês "o caminho suave". E isso foi exatamente o que Kano fez. Ele fez uma junção de mais de 15 artes "jitsu" nas quais ele teve oportunidade de aprender com vários célebres mestres da arte e, tirou praticamente todas as partes lesivas, que usavam socos e pontapés.

A intenção de Kano em criar o judô, foi de criar cidadãos pacíficos, e não marginais. Esta arte não foi feita para atacar alguém, e sim se defender, é por isso que dizem que o judô é uma arte de autodefesa. Mais uma prova, é que nos golpes usados, é preciso puxar o oponente para trás. Em outras artes, raros golpes são tão defensivos igual no judô.

Em qualquer país do mundo existe, ainda hoje, alguma publicação que fala dessas artes marciais de antigamente; geralmente estas publicações são raras e difíceis de conseguir. Em primeiro lugar temos os países do extremo oriente: Índia, China e Japão. Também os gregos da antigüidade tinham o ainda hoje conhecido, Pankration, uma combinação de luta livre com boxe, no século XI havia na Irlanda a luta Glimo, no século XIV na Inglaterra o Cornval-Stil, luta corpo a corpo desarmada. Mesmo na Alemanha se tem numerosas publicações que descrevem a antiga luta livre, gravada por Albrecht Duerer. Os golpes dos antigos soldados, gravados por Duerer em cobre, tem uma semelhança surpreendente com as técnicas de derrubada do judô moderno.

Existe um manual da luta livre, de Fabian Auersbach, um manual de esgrima de Talhofer, muito parecido com as regras do jiu-jitsu, bem como o livro, ainda hoje disponível, Luta na Cova, com técnicas parecidas com as do judô, e finalmente na Holanda o Worstel-Konst, de Nicolais Petter.


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